Existem alguns assuntos na língua portuguesa que são meio espinhosos mesmo. Confesso. Regência é um deles. A regência é a regra que ordena como os verbos devem ser complementados. Se não irão utilizar preposições ou quais usar no caso de elas serem necessárias.
A coisa fica espinhosa porque isso é um tópico bem normativo — ou seja, meio que não dá pra ficar inventando muita explicação de porque as coisas são do jeito que são. Aqui é “sim, porque sim” e “não, porque não”.
Mas, pro bom navegador, tudo é mapa.
Algumas regências nominais (aquelas que não são feitas com verbos), seguem a mesma lógica das regências verbais. Ou seja, se você conhece uma, significa que necessariamente você também vai saber a outra.
É o famigerado, memorize 1 e aprenda 2.
Veja os exemplos abaixo 👇
Preferir a | Preferível a
Eu prefiro sorvete de chocomenta a morango.
É preferível preencher os formulários no prazo a deixar para depois.
Obs: no lugar desse “a” costumamos usar o “do que”, mas na norma-padrão o ideal é o “a”, “porque sim” (lembra do parágrafo acima?).
Obedecer a | Obediência/obediente a
Quem obedece às leis geralmente não encontra problemas.
Ter obediência aos regimentos é essencial.
Ser muito obediente aos pais é uma faca de dois gumes.
Acostumar-se a | Acostumado a
Nunca me acostumo a essa truculência.
Não estávamos acostumados a tanta flexibilidade.
Obs: assim como no caso do “preferir”, aqui a gente tem uma preposição mais usada no cotidiano — o “com”. Mesmo caso do preferir, melhor não “porque não”. Dona Norma não gosta.
Estes são alguns exemplos, mas é fácil pesquisar mais e deixo a recomendação de que, ao escrever, pesquisar regência é super normal — até pra mim, que vivo dando aula disso e tive que dar um Google umas duas ou três vezes pra escrever esse texto.
É muito coisa pra lembrar 😅